"Haverá algo mais verdadeiro do que vencer a força com a razão ? "
Uma presidente que o não “quis” ser.
Ontem, no Salão da Junta de Freguesia de Mértola, foram empossados os nossos eleitos para o quartiénio 2009/2013.
Desta vez, contrariando, felizmente, a prática vigente desde o 25 de Abril, a força política vencedora, o PS, não detinha a maioria absoluta. Deste modo, foi necessário encontrar soluções que permitissem viabilizar a legislatura.
Competia à força política mais votada, mais exactamente à presidente eleita, dialogar com as restantes forças representadas na respectiva Assembleia (a CDU e o Movimento Independente MERTOLA), formas de garantir a governabilidade da Freguesia, sede do nosso Concelho.
No entendimento do Movimento Independente Mertola, de acordo com o que se estabelece no seu Caderno de Intenções, essa governabilidade só seria passível de merecer a aquiescência de todos os mertolenses, se as forças políticas em presença participassem no seu órgão executivo.
Depois de aturada e demorada discussão não foi possível mostrar à senhora presidente que a maioria relativa de que dispunha lhe não dava o direito de deter, para si, a maioria no órgão executivo.
Propunha o Movimento Independente Mértola que, naturalmente, todas as forças políticas tivessem assento no referido órgão.
A senhora presidente, entretanto, pretendia governar a Junta como se o povo da nossa Freguesia a não tivesse designado para governar, sim, mas em consenso aberto, participado. A senhora presidente mostrou-se incapaz de entender que os mertolenses já não querem, a começar na Freguesia de Mértola, o “quero, posso e mando” vigente no Concelho desde há 35 anos.
O “cartão amarelo” foi-lhe mostrado, mas a senhora presidente parece querer fazer vista grossa.
Deste modo, - sendo certo que a alternativa lógica, isto é, a participação de todas as forças políticas no executivo da Freguesia, não mereceu o acordo da senhora presidente, - decidiu esta, com todos os prejuízos que tal decisão acarreta, renunciar ao mandato.
Lamentamos tal procedimento que, esperamos, não seja seguido pelo chefe do executivo nacional, já que, à semelhança do executivo da Junta de Freguesia de Mértola, também o Governo da República possui maioria relativa.